sábado, 12 de junho de 2010

Resumo: "Computadores, ferramentas cognitivas" David H. Jonassen

Cap. 14: Implicações das ferramentas cognitivas
Um motivo plausível para a passividade cognitiva dos alunos é o facto de nas escolas não serem incitados a serem mais activos. Tal pode verificar-se no tipo de avaliação a que os alunos são sujeitos, que incide, sobretudo, na memorização e não na capacidade de articular conhecimentos, pensar. Isto justifica-se com a dificuldade, por parte dos professores, em avaliar a articulação de pensamentos. Em contra-partida o objectivo da educação deve ser o de envolver os alunos em aprendizagem cognitivamente activa e consciente, pois os alunos não estão habituados a este nível de actividade, mas são capazes de o alcançar.
Segundo os construtivistas, todos somos representação das nossas experiências particulares, individuais. Como tal, o sentido que cada aluno vai retirar das suas experiências variará, pois para um aluno que esteja a pensar no que irá fazer mais tarde, aquilo que é leccionado numa aula não construirá grande significado.
As ferramentas cognitivas constituem uma grande mudança na filosofia educacional, pois para optimizar o uso das tecnologias, os professores têm de se sentir à vontade com uma visão mais construtivista da aprendizagem. Têm de aceitar que, algumas vezes, os alunos saibam mais e assumam o papel de professores. Têm, ainda de estar preparados para mudar de estratégia de leccionação quando surgem problemas técnicos.
Esta não será uma mudança imediata, prevê-se que, até professores mais motivados e com acesso às melhores ferramentas tecnológicas, levarão até cinco anos a fazer a transição.
O uso de ferramentas cognitivas no processo educativo inclui como exigência que os professores saibam usa-las, pois apenas assim pode treinar os alunos para o seu uso. Do envolvimento e compreensão deste tipo de ferramentas por parte do aluno se poderá verificar o envolvimento, compreensão e compromisso com os objectivos do professor, pois se o professor estiver pouco envolvido o aluno dificilmente de envolverá e compreenderá estes mesmos objectivos.
Para integrar as ferramentas cognitivas nas escolas, os professores poderão ter de mudar estratégias de ensino e, consequentemente, desenvolver novas competências pedagógicas. De transmissor de conhecimentos, o professor deve tornar-se num instigador à construção de conhecimentos, ao pensamento. Esta transição será difícil, pois o professor comum está habituado a mostrar o como fazer as coisas e a oferecer as respostas aos alunos, evitando, assim, que os alunos não pensem por si próprios.
As ferramentas cognitivas vêm revolucionar o método de ensino pois dispõem ao professor a ferramenta de ensino mais poderosa. Agora, em vez de se dizer ao aluno o que sabe e esperar que o compreenda do mesmo modo que o professor, é necessário deixa-los mostrar os seus conhecimentos, através da construção de modelos, para assim os questionar, sequentemente, deve evitar-se dizer aos alunos que os seus modelos estão errados, deve sim questionar os parâmetros que o levaram a construi-los desse modo. As ferramentas cognitivas serão melhor sucedidas numa situação de reforma educativa, onde os alunos são vistos como construtores de ideias e defensores dessas construções. O investimento cognitivo dos alunos na criação de qualquer modelo é importante mas é preferível o professor criticar esse modelo que directamente ao aluno.
As ferramentas cognitivas só são verdadeiramente eficazes quando são apoiadas por um conjunto de infra-estruturas. Desta forma toda a estrutura escolar precisa de estar empenhada numa colaboração para permitir um melhor aproveitamento global. Contudo, para tal será necessária uma reorganização escolar que levará à disponibilização, aos alunos, de um mínimo indispensável de computador para que todos possam ter acesso à ferramenta da internet.
Um outro obstáculo que pode ser criado à implementação das ferramentas cognitivas nas escolas são os pais, pois estes podem preocupar-se mais com as notas finais que com os conhecimentos que os seus educandos adquirem com o uso destas ferramentas. Uma solução passa pela participação mais activa destes no percurso escolar dos seus filhos e da constatação das suas capacidades e desenvolvimento das mesmas aquando do uso de ferramentas cognitivas.

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